Sinto falta dos coturnos cheios de lama
Dos crucifixos invertidos e pontiagudos
Daquele vinho barato que parece água
Os cigarros de menta abarrotados de nicotina
Sinto nostalgia ao lembrar da música
As batidas soturnas entre a pista de dança
Corpos falando com a parede,o laser verde
O sarcasmo e a ironia com a morte
A despreocupação em zombar da vida
Letras suicidas num guardanapo de sangue
Tempos que acabaram como as doses de vodca
Remorsos na minha pele marcada pela luxúria
Ainda lembro da ausência de felicidade que me motivava a viver
Sussurro sem força as lágrimas incontidas num lamento de fraqueza
Da minha capacidade de olhar tudo com desgosto e ódio
Esqueci minha essência ,agora posta numa agenda
Trancada num baú e jogada para sempre
Nesse presente cheio de aparências
Onde tudo me faz lembrar meu passado
Nesse presente que eu deixo os dias passarem
Sem significado ou importância,só são dias
Nesse presente que eu poderia sorrir e me sentir feliz
Mas tudo o que faço é relembrar com remorso aquilo que um dia eu fui.
By Gevazio